Thursday, September 06, 2007
A prorrogação da CPMF é bem razoável, tô fora desse papo caído de extinguir um mísero imposto de 0.38% sobre qualquer movimentação financeira. Que o Congresso decida e me conte no final. Pra isso eu votei, pra eles trabalharem pensando nessas coisas difíceis enquanto eu tô na praia.
Foi criada como salvação da saúde pública, em caráter emergencial pra fazer um caixinha e, como todo crime, (tão inconstitucional que é sua reedição) foi ficando gostoso pro agente ativo e nós, passivamente – como aparentemente dói pouco no bolso, fomos agüentando, ano após ano, a facadinha semanal no extrato bancário.
Talvez o custo da extinção do impostico seja mais onerosa que sua manutenção, pelo que vi.
São alguns bilhões a mais no orçamento. Saúde, transporte, folha, foda-se – mal me interessa onde andam sendo gastos, partindo do fato de que eu não fico lendo o DOU pra saber onde e quem anda gastando quanto e onde. Sei que a água sai da minha torneira, o sinal fica vermelho e eu atravesso na faixa, um diplomata brasileiro está agora bebendo champanhe e fazendo a social necessária em algma festa na Chechênia, essas coisas. Sei que isso tudo custa, e são meus agentes, eu pago o salário deles em algum momento.
Ouvi alguém falar em máquina enxuta do governo. Enxuta é aquela concorrente da Brastemp, não?
Olho em volta e não vejo saída. Há um contingencial gigantesco da população que está dependendo do dinheiro público, tanto como salário contra prestação de serviço quanto aposentadoria. Nosso país é sustentado pela volta que o dinheiro dá na folha de pagamento do governo (funcionário público paga colégio pro filho, compra carro, contrata empregado doméstico, gasta no supermercado).
Há, pela deficiência do mercado de trabalho, que sequer absorve nossos heróicos cidadãos portadores de diploma universitário, uma óbvia adoração pelo empreguinho público. Vá ver a quantidade de preparatórios (pra qualquer coisa – de Advogado Geral da União a merendeira) que existem por aí. Vá na praia de Copacabana pelo meio dia durante a semana, e pergunte quantos ali estão “estudando pra concurso”.
De onde viria o dinheiro pra pagar essa conta toda? Cornucópia é lenda, pensa em outra. Ah, impostos.
De braços dados com a ultradesajustada distribuição de renda vai a informalidade da economia no geral (sou leeeeeeeeeeeeeeigo!). Vai cobrar imposto sobre circulação de mercadorias onde? Cadê a nota fiscal? Imposto de renda retido na fonte é uma aliteração linda de morrer, mas é privilégio de uma nata, bem empregada o suficiente pra receber de volta um chorinho na restituição do ano seguinte.
Se acabar com o impostinho, alguém vai ter que cobrir o buraco giga que vai ser deixado de lembrança no orçamento. E quem já paga imposto vai pagar MAIS do que os 0,38%, disso não resta a menor dúvida – porque o mote da CPMF é exatamente pegar o gato pelo rabo, a grana na boca do caixa. Do camelô ao industrial, todo mundo na mesma ceifa, cada um do seu jeito.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Há profunda sabedoria no canto da mulata.Perdão pelos termos xulos, mas esse assunto é sarjeta, e semelhante atrai semelhante, sorry. Bom feriado! Vou acampar no Sana!
Monday, September 03, 2007
Vi uma propaganda na televisão sobre um programa (mais um) sobre esse tema sempre tão (sono) interessante, e um sujeito deu depoimento, quase histriônico: “Eu tenho duas mães!” (medo, medo, uma cara de pirado que só ele)
Ué, azeite. Que que eu tenho a ver com os problemas dele, e o que o fato dele ter duas ou três mães faz diferença pra alguém? Há necessidade de debater essa besteira no legislativo? Há necessidade da Igreja se posicionar a respeito? Desconfio que não.
Nossos arquétipos, pai e mãe, antecedem a terminologia. Fora os hermafroditas e algumas amebas, talvez, nenhum outro animal se reproduz sem que um bichinho assim cruze com um bichinho assado. Depois resolvemos organizar os que têm seios, são lindos e têm a capacidade de gerar outro da mesma espécie, dentro ou fora do corpo, de fêmeas – e aqueles que não conseguem sair da adolescência e preferem a caça e o exterior à casa, de machos (ui).
Então, desde antes da gente os entender como tal, já haviam um pai e uma mãe, com questões genéticas diversas e complementares, que somadas dão num novo ser.
Daí vieram as religiões, e toda forma de expressão de cultura que situa a família num triângulo composto de pai, mãe e filho. Árvore genealógica, etc. etc.
Não dá pra inventar uma árvore nova, de galhos que não se encontram e não se cruzam – ou não têm qualquer relação consangüínea. A não ser que realmente a gente passe a comprar criança no supermercado, pronta pra nascer, na embalagem tetrapac. Por enquanto, do jeito que está, acho besta a idéia de tentar mudar isso tudo.
Mas dá pra ser feliz sem nada disso, talvez; e é o que nos parece, pelo que se vê. Conheço filhos (adotados) de gays solteiros absolutamente sociais, lado a lado de filhos de famílias absolutamente tradicionais que mal têm condições de se sustentar de tão seqüelados. Há filhos de casais gays tão malucos quanto qualquer outro, essa ciência não é cartesiana – dã, novidade. Mas daí a se atrever a burilar uma nova composição pra família é mais que afrontar um preceito cultural empoeirado, é... burrice pura.
Vamos ser caretas de vez em quando, nem que seja por rebeldia.
26 de agosto de 2007
Tropa de Elite – me deixou bem chateado, do jeito que não gosto que aconteça no cinema. Me fez pensar nos meus erros. É um jeito tosco de ser chamado à reflexão esse. Tenho uma profunda inveja desse manliness dos policiais. Não tenho a habilidade de expressar minhas idéias de um modo viril, yan, macho. (Não reclamo, mas acho bom que eu tenha essa percepção de realidade para não cair na desgraça de uma impressão equivocada sobre mim mesmo – em processo de aperfeiçoamento). Falo com um certo tédio, uma certa distância do interlocutor, voz anasalada, sotaque ridiculamente escorregadio e um ar professoral bem caipira às vezes e só recentemente encontrei a glória que é o silêncio guardado. Mesmo assim não sei bem a hora de fechar a matraca antes do mal estar generalizado advindo de uma frase ou comentário infeliz de minha parte. That´s who I am, no big deal.
3 de setembro
Acho que todo o broo-ha-ha causado pelo estupendo sucesso de vendas do Tropa de Elite no camelô é mais uma prova, viva e intangível, da profunda ignorância própria do povo brasileiro, do qual faço parte.
Veja bem, caiu um avião em São Paulo mês passado e foi uma calamidade daquelas amadas pelos editores de jornal, dias e dias e dias de manchetes, reportagens longas, reverso, grooving e quetais. Na CPI que investiga a loucura do controle de tráfego aéreo se voltou a atenção pro (perdão, perdão) “acidente da TAM” (saco, saco). Assim, magicamente passamos da comoção quase internacional pra saturação e, finalmente, desinteresse.
Tropa de Elite, filmaço, comprado no camelô por inúmeros cariocas, assistido por tantos outros; colocou a indústria do pirata na manchete dos jornais cariocas. Apreende, investiga, chama o diretor, o cara da empresa de legendagem, chama o ator, carnificina.
Me conta, qual foi do bagulho? Qual a razão da gente andar na Rio Branco, e em qualquer esquina, a qualquer hora, poder sempre comprar a dez real qualquer lançamento de cinema na cara dos puliça e ninguém nunca fala nada? Maria Antonieta vale menos que o BOPE?
O Presidente viu o filme dos Filhos de Francisco no piratão, aliás, a bordo do Brazilian Air Force One, com dona Marise, imagino, linda, amiga, esposa, aconchegada na poltrona ao lado. Deu um certo rebú, era pirata, nem existia DVD original ainda, mas em algumas horas ninguém já falava mais disso.
Se o piratão age fácil na cara de todo mundo, qual é a razão do bafo quente, pergunto eu mais uma vez.
Francamente, ô.
Ah. Perguntei pros meus porteiros se algum tinha visto o filme, o resultado do DataLulu na portaria foi zero. Faxineira, motorista de táxi, povão – alguns até ouviram falar, mas nenhum realmente tinha visto. Todos os comentários sobre o filme vieram dos meus amigos e conhecidos que realmente podiam pagar pra ver no cinema.
Tudo é muito feio, não tem como defender a pirataria (blábláblá) mas acho que vai ser bom pra todo mundo, no final das contas.
Vou emendar um chutômetro rápido aqui:
Encontraram 28 mil cópias do DVD na Baixada Fluminense. Vamos considerar que umas 50 mil cópias vazaram e foram vendidas na Uru. Caçei uns dados e achei as maiores bilheterias nacionais do ano passado na Veja:
A GRANDE FAMÍLIA, O FILME - 2.027.353
XUXA GÊMEAS - 1.001.480
O CAVALEIRO DIDI E A PRINCESA LILI - 736.293
A TURMA DA MÔNICA EM UMA AVENTURA NO TEMPO - 508.964
Ó PAÍ, Ó - 382.386
CAIXA DOIS - 247.115
O CHEIRO DO RALO - 150.378
NÃO POR ACASO - 78,313
ANTÔNIA - 79.389
CARTOLA - 62.042
Chamo aqui a atenção pros red carpet material Grande Família, Xuxa, Didi e demais menções honrosas à produção cultural nacional. Não tem como reduzir o consumo de drogas num país com um cinema desses, pelamordedeus!!!!!! Sejamos francos. Não tem como. O filme do Bope é só uma constatação triste de uma existência patética.
Francamente, 50 mil não é nada. Mas mais uma vez, prefiro ser inconclusivo e não defender que acabou sendo bom pro diretor porque crime nunca é bom pra ninguém – mas alguns números falam por si. E o futuro.
Tuesday, July 24, 2007
Ano passado um grandão bateu num menorzinho, daí descobriram que o sistema nacional que toma conta disso é um angu de baiano, daí uma série de coincidências tem dado uma causada nos noticiários, sempre ávidos por sangue bem fresco.
Na outra semana fui a São Paulo e fiquei umas boas horas sentado, aqui, nesse cataclisma visual em que transformaram o Santos Dumont, e lá, em Congonhas - uma loucura de glória paulistana que eu tenho cada vez mais apreciado.
Monday, July 16, 2007
Qual a vantagem da Igreja, essa perseverante e já bastante idosa senhora, em assumir essa conta? Não faço a menor idéia. As vítimas já têm mais de 60 anos. Vamos indenizar... o que, mesmo? Qual o dano indenizável meio século após supostamente consumados os atos?
Dano e indenizável são conceitos já questionáveis, existencialmente falando, porque não existe reparo para certos prejuízos. Se conceitualmente não existe reparo, o dinheiro então é uma mera picaretagem. Sei e falo de cátedra porque eu mesmo fui autor numa ação indenizatória, ganhei um dinheirinho até. Mas nada que refizesse o dano à integridade que eu tão veementemente defendi no Tribunal. Sinceramente, acho que minha maior vingança foi propor a ação, desabafar aquilo tudo, e depois esmurrar juridicamente o advogado da minha oponente.
No mais, foi mera picaretagem.
Não aceito que a Igreja se renda a um acordo desses. Ah, Bento...
Não tive realmente o menor interesse por nada, nem a festa, nem as competições mas dando uma volta pela cidade a gente percebe que foi uma boa jogada. Movimentou um dinheiro, uma boa vontade. Copacabana lotada de turistas, alegres, com blusões floridos com cara de novinhos em folha e comendo milho cozido, andando no calçadão. Muito bacana.
Vaiaram o Presidente, o que me causa um pouco de vergonha. Como o próprio falou no seu programa de rádio, foi como se ele tivesse sido convidado pra uma festa onde ninguém queria que ele tivesse ido.
Velho político que só, podia ter desconfiado. Mas o garoto franzino de Guaranhuns falou mais alto no corpo do presidente e ele pagou pra ver. Lamento por tudo, acho vaia uma coisa muito mal educada. E não pegou mal pra ele, só pra quem vaiou.
Convivendo e aprendendo.
Friday, July 13, 2007
Wednesday, June 27, 2007
Bom, sempre espancamos o desigual, sempre ricos baterão em pobres, sempre a Justiça será administrada humanamente, cheia de lacunas.
Esse pessoal realmente não se enxerga no outro. Porque desceram do carro, 4 deram uma surra que quase matou a mulher, por nada. Isso não existe, não é requinte de crueldade, é além do exercício do poder. Quero saber do que se trata, também.
Como David Szjlberstein disse, quero saber quem ganhou a concorrência pra limpar aquele vidro todo?
Acabou-se o que era doce: chegar de volta no Rio, descer pela escada na pista, Pão de Açúcar lindo ali na sua frente, avisando que você chegou, baby. Agora a gente sai do avião dirento num canudinho que zigue zagueia até você dar no desembarque, enorme, alvo, chato. Sem afrescos, sem janelões e a brisa do mar. Ar condicionado. Em tudo. Preguiça.
Sunday, June 24, 2007
Fashion is the first personal statement, uma pessoa que não conta nenhuma história na própria roupa é realmente muito... pitoresca. Que mistérios terá, heim?
Aqui no Rio grassa uma certa eurotrend, quanto mais europa-possível melhor. Aquele cool sul da França, ou eu tô viajando? Clássica, vestida casualmente, com um certo ar de suspiro de fim de tarde. Ah. Claro.
Monday, June 11, 2007
Não, ninguém deu a mínima pra uma mulher transtornada, com os seios nus, gritado em frente à Assembléia.
Wednesday, May 30, 2007
Mas pensei no que a Elizabeth, Glorianna, diriz disso tudo. Alguém ia mostrar aquela foto, e, antes de explicar como o retrato estava tão... impressionantemente nítdo, apesar do tamanho pequeno da imagem, (mas ela já sabia que aquilo era a picture), e o suspiro ia ser inevitável. Ah, que rainha pitoresca. Não usa mais o modelo do vestido que visto, mal parece maquiada. (não terminei)
***
Luxo significa coisas diferentes pra pessoas diferentes.
Wednesday, May 23, 2007
[Sempre me contradigo, ô saco. :)] carinho na barriguinha quente, aquela coisa. Mas nada demais, muita calma. Já estive a um passo de mudar de continente, não cheguei a levar ela nesse passeio, mas cheguei a pensar em deixar ela solta no aterro do flamengo, ali perto dos pescadores. Chega dessa vida de dondoca, dando um tempo na varanda, vendo o céu ou curtindo um barato sozinha, vendo aquele céu, ah, aquela tarde linda de outono, com aquele céu. Volta, come um Calma, absolutamente cool, bonita, vendo essa lindeza de vida passar. Ela iria morar ali perto dos pescadores, ia sempre ter um peixinho pra beliscar, arrumar uns namorados, ficar vendo a vista. Ia fugir dos perigos, sem perder a compostura. nada daqueles gatinhos que dão faniquito pra gente. Ia ser fofa com quem merecesse e ia desprezar quem não fosse legal. Quem sabe até um restinho de sashimi ela ia descolar na Porcão? Na verdade, eles nos imitam em nosso comportamento mais íntimo. Nossos bichinhos são, na verdade, um perigo. Eles nos expõe ali, na cara das nossas visitas, mostrando quem na verdade nós realmente somos. Então falar da Birinight é como se eu tivesse tirando a roupa aqui.
*
Falar em ressucitar, o Papa veio dar pinta no Brasil esses tempos, aquela comoção de sempre, gente histérica no sentido clínico da palavra, tudo muito gozado. Mas long live the Pope! Sei lá até quando essa bagunça vai durar. Ainda bem que já fui a Roma e já vi San Pietro, seus quitutes visuais e tudo mais por ali.
*
Comecei o post pensando num assunto, mas graças ao meu auto diagnosticado déficit de falta de atenção, falei até no Papa. Mas o papo mesmo era sobre previsão: são 130 milhões de usuários de telefone celular no Brasil conta 70 milhões de pessoas com conta corrente, o que torna o mercado recém inaugurado de pagamento através de chip no próprio celular, como se fosse um cartão de débito, um assunto quente pro pessoal do mercado, que já anda fazendo, claro, mil previsões.
Lembro que quando a gente comprou um videocassete VHS lá em casa, idos de 1986, assim que inaugurou uma locadora na esquina meu pai fez uma cara de profeta e me anunciou o fim das salas de cinema. Todo mundo vai ver filme em casa (com aquelas fitas, ui).
20 anos depois, nunca se foi tanto ao cinema.
O que eu prevejo mesmo é o fim desse tipo de previsão.
Thursday, May 03, 2007
Monday, April 02, 2007
O rabino Henry Sobel foi preso nos Estados Unidos roubando uma gravata, boa, bonita e cara. Não fazendo juízo do rabbi mas, francamente, o que se vê por aí é um misto de, óbvio, aquela velha fome da mídia qualquer-coisa-vale, um pouco de ironia, um pouco de pena, um pouco de escracho, um pouco de CARAS, um pouco de tudo.
O que me causa é o número de atos de solidariedade, várias petições de apoio online e manifestos públicos pró-Sobel. Claro, ele tá internado no Albert Einstein, alegadamente fazendo tratamento pra um distúrbio neurológico. Se eu fosse advogado dele teria aconselhado absolutamente a mesma coisa, mas aí estaríamos diante de um aconselhamento profissional, pra afastar a punibilidade do maluquinho. Ah, perdão. O rabbi rouba a gravata e a gente perdoa porque ele tá confuso, e lincha sem pena o sujeito que rouba no desespero do desemprego e vê a família passando fome. Perdoem, já me perdi no balizamento moral da pós modernidade.
Depois de um início de ano festivo, em que uma das personalidades mais VIP dos camarotes do carnaval do Rio de Janeiro foi o marido de uma atriz de televisão que, enquanto a patroa tava batalhando gravação de novela no nordeste, foi preso porque espancou uma GP num motelzinho poeira, regado a cocaína e quetais.
Vai entender.
Friday, March 30, 2007
Eu acho um saco. Sou um fumante meia boca – ou seja, não macho suficiente pra largar de vez essa cousa fedorenta e sem sentido, nem também o suficiente pra me assumir enquanto tabagista. E daí.
Mas acho chato, por exemplo, não poder fumar num shopping center. Não sou comprador compulsivo (sou um comprador meia boca), o que quer dizer que eu faço o sacrifício de entrar num shopping center quando preciso comprar UMA calça, ou UMA camisa nova, ou um teclado novo pro computador, num domingo à tarde. Assim, ando pouco, encontro o que eu talvez esteja precisando, experimento, agradeço e vou tomar um capuccino. Dou mais uma volta, olho os similares, penso nos preços, e volto ou não à primeira escolha pra, feliz, se deicidir que sim, pagar pela minha compra e pedir pra guardarem pra mim, “só um segundo enquanto vou tomar um capuccino”, já que eu também não carrego bolsas. Dou mais uma volta, acabo comprando um CD ou um livro, e só quando já decidi ir embora volto pra buscar minha bagulhada. E se der vontade de fumar nesse meio tempo? Outro dia fui no Botafogo Praia Shopping, e descobri que a área de fumantes é um banquinho dentro do estacionamento. Uma pessoa como eu não fuma numa saúda fedida. Melhor não fumar, e assim não fumei.
Não pode mais fumar na sala de espera de aeroporto nenhum (como assim?), nem no Fórum, nem na maioria dos restaurantes, nem em nenhum desses kugares onde é um clássico o cigarrinho dando um clima noir à conversação, ou ao voyeurismo solitário. Que gente mais chata.
O mundo anda mesmo muito chato. Como se fossem durar pra sempre, com seus pulmões limpinhos, blergh.
Thursday, March 29, 2007
Não, ninguém morre disso e também não vale drama queen ehheheheheh
"In faith, I do not love thee with mine eyes, For they in thee a thousand errors note; But 'tis my heart that loves what they despise."
Saturday, March 24, 2007
É uma vida atarefada, cada vez mais cara. É uma social complexa, essa dos 35 anos. A gente ainda tem uns amigos da fase naïf, mas já tem uns da fase 3 também. Os da fase 3 já te conheceram formado, morando sozinho,. Dono da própria vida. Esses conheceram pós-personagem já feito. Tem os de infância, dos quais a gente não tem como esconder NADA, eles sabem quem a gente é; os da facul – que são o da nossa fase u-hu, descobrimos o mundo e nos forjamos juntos. Eles conheceram brevemente aquele que fomos, puderam ter alguma intimidade extra porque também estavam na mesma fase, e viram quem somos nascer. E tem, os da fase job. Eles já te conheceram dando uma dura no mundo antes que o mundo nos dê uma. Ahahahah que vida gozada. Quero saber o que vem por aí, sempre. A próxima curva é sempre interessante.
Uma amiga minha que nasceu n primeiro dia de aula da UFRJ hoje me deu uma lição de finesse inesquecível. Quando eu ia liberar o meu lado negro, ou seja, falar da via íntima de alguém que temos em comum, ou seja, fofoca braba, (e nem tinha más intenções, foi um momento CARAS), ela deu um corte pra outro assunto. Ou seja, não se fala da vida alheira, CARALHO.
Liçãozinha óbvia demais, mas que às vezes se esquece. Quero ficar cada vez melhor, e falar menos de pessoas. Isso é Proust, eu acho. Ou Goethe. Na sala falava-se de idéias, na cozinha, de pessoas.
Bom final de semana!
Thursday, March 15, 2007
Senta do meu lado um sujeito quase da minha idade, moreno, com a caixa de engraxate explanando a dureza da batalha dele. Um pouco sujo, bem magro, um pouco distraído, perguntando aleatoriamente se alguém queria uma engraxadinha. Lógico que eu cruzei a perna esquerda sobre a direita, ocupando o lugar do lado do meu exatamente pra não correr o risco dele sujar meu terno lindo com aquela problemática toda. Logo eu, todo todo com minha gravata de seda azul e meus probleminhas não tava podendo.
Me deu um pouco de vergonha interna porque... somos ambos homens da mesma idade, exatamente com a mesma sensação de perplexidade diante da loucura da vida. Imediatamente me senti tão igual que descruzei a perna e, claro, recusei a graxa. Mas por alguma razão ficou congestionado ali na altura do Santos Dumont e ambos reagimos igual, um tsk de canto de boca meio que desfazendo do trânsito, meio resmungando, meio querendo e não querendo saber a causa da lerdeza dos carros.
Ele sabia que aquele caminho era o expresso, e que, pelo outro caminho - por dentro, pela Praia do Flamengo - era mais devagar. Concordei, peguei um Halls de açaí e ofereci pro meu companheiro de viagem, já que estávamos tão ali, tão iguais, lógico que eu ofereci a mesma bala que peguei pra mim no bolso.
Pensei rápido, mas que saco esse tipo de coisa. Porque tão iguais e tão diferentes? Será que ele tava com fome? Será que ganhou um dinheirinho naquele dia? Será que tá indo pra casa, ou será que tá ainda na batalha?
Tive um impulso de tirar dez reais da carteira e dar pra ele, mas não, um homem que trabalha não aceita esmola. Então... se saltasse no mesmo ponto que eu, lá no início da praia, eu pudesse ir puxando um assunto e parasse pra tomar um açaí era a deixa pra oferecer um pra ele também. Será.
Um trajeto feito em cinco minutos não agüenta tanta dúvida. Chegou meu ponto e pedi licença pra descer. Dei meu sorriso, o de sempre, e nos despedimos. Pensei, bom - não dei dinheiro, nem um açaí, mas trouxe ele tão próximo de mim nessa despedida que talvez tenha valido alguma coisa, já que ele está acostumado a ser invisível para nós, pessoinhas integradas ao sistema com nossos pobreminhas, tão preocupadas com tanta coisa, sem tempo de olhar pro lado e ver que...
Bem, a noite caiu linda sobre a enseada de Botafogo, tomei vinho vendo aquele céu de milhares de cores da minha varanda, e meu celular novo chegou. Hoje acordei novamente dando graças a Deus, por tudo.
Saturday, March 10, 2007
Esse foi o tom do que se disse da visita do George Bush semana passada.
Eu lembro da Laura Bush no tempo do Texas, ela era mais relaxada e usava roupas de algodão, lady who luches. Primeira dama me parece assustada, tensa. Roupa sempre um pouco brilhante mesmo de dia, apertada, rígida. De todas as loucuras humanas, acho que a política deve ser a mais perniciosa: não tem como, num humano saudável, aquela percepção torta do mundo funcionar. Poder, poder, poder. Poder de que, pra quê? Não ajoelho na frente de quem eu não quero. Essa seria uma prova de submissão que eu tolero como expressão de respeito.
No mais, é um emprego de gestor da coisa pública, coisa absolutamente maçante e ingrata. Porque entrar nessa voluntariamente é a minha questão. Não é pelo dinheiro, o dinheiro é um produto físico da coisa toda. É a adulação permanente, os outro seres humanos postos ali, à disposição, seus inúmeros yes-man, e por aí vai.
Monday, March 05, 2007
E agora? Onde vou encontrar alguma coisa:
1 - nada barata, mas não cara demais,
2 - bonita, mas não causa suspensão dos demais sentidos fora o da visão,
3 - inesquecível e imediatamente esquecível,
4 - design limpo, lentes de boa qualidade, escuras mas nem tanto. Pode ser cinza azulado.
5 - SEM O LOGOTIPO OU NOME DA MARCA!!!!!!!!! PELAMORDEDEUSS!!!!!!!!
6 - muito elegante mas não assustador,
Mais ou menos quando compro uma camisa nova, que pra batizar eu uso com um sapato ou um tênis bem velho pra acalmar a vista de quem olha, acho que um acessório tão usado quanto óculos escuros têm que ser muito bem escolhidos, porque o critério é o mesmo pra tudo. Nada de usar um conceito ultra ultra no rosto, os olhos têm que estar protegidos do sol, e é isso. Só isso. Economia. Preguiça.
Sunday, March 04, 2007
Se tivessem aliás, tido noção de símbolos, teriam deixado as mulheres em casa, permitindo que saísse para o papel essencialmente masculino de matar um leão por dia para as que assim o desejassem, e não subtitular as que preferem ficar em casa de antiquadas, e que muderno é mulher que trabalha, é dona de uma carreira, escreve livros, cria filhos, têm receitas de arroz excelentes e ainda por cima, são bonitas (morro de preguiça).
Falem bobagens, tomem chá, façam o dever de casa com as crianças, vão fazer umas compras, ao cabelereiro e peguem o jardineiro. Sejam normais como nossas bisavós o foram. E felizes.
Sunday, February 25, 2007
Primeiro domingo da quaresma, fui à missa das 7 e logo no começo, o último (?) bloco de carnaval deu um tom engraçado quando passou na porta da Igreja de Santo Inácio. Engraçado porque se fingiu que nada estava acontecendo, mas não dava pra ouvir o que o padre Paulo falava. Mas foi uma missa ótima, naturalmente, e lá vamos nós pros 40 dias de roxo até a Páscoa.
Tive um carnaval bem agradável, considerando o feriado de 4 dias e meio. Fiz tudo errado, claro. Não fui a nenhum bloco, não vi nada a respeito das escolas de samba (mentira: vi uns carros alegóricos estacionados na Presidente Vargas no domingo, a caminho da casa dos meus pais). Realmente foi o carnaval do I´d rather not. E muito bom. Baile do champanhe pra fechar a folia na casa do Pablo, atual casa do Pablo e Aline, visto que meus amigos oficializaram o junte-se (ê!).
E já começou a quaresma e eu simplesmente não sei o que fazer pra penitência. Ando muito apegado aos meus pecados e prazeres carnais, esse ano tá difícil abrir mão de alguma coisa. Mas vou tentar... taurinamente, vou demorar um pouco a decidir. ehhehe
Friday, February 16, 2007
Mas acho que nem tanto. Passou uma semana, o negócio tomou uma proporção bíblica na imprensa (todo o resto de notícias já estava com gosto de ruminada, devem tem respirado aliviados em muitas redações por aí). Uma catarse coletiva, como tudo, claro.
O menino tem nome e sobrenome, que não lembro realmente graças à minha fabulosa memória de peixe. Esse nome e sobrenome virou um mantra nacional. Ainda temos que agüentar a locução "o menino fulano". O menino! Será o menino Jesus?
Não tinha parado pra pensar nisso, um inconsciente coletivo está comparando esse sofrimento todo com o de Jesus de Nazaré.
Missa de sétimo dia, Igreja da Candelária. Milhares de pessoas. Camisetas com foto do menino (não o Jesus, o do assalto).
Queria saber se eu sou um animal insensível ou se realmente essa histeria coletiva se justifica. O crime foi um horror, etc etc etc. mas me parece que essa família não tem a menor noção de coisa alguma.
Pra que viver o luto em público? E o senso de integridade? E a filha que sobreviveu? Que gente desesperada é essa que vai chorar em missa de sétimo dia de uma pessoa que nunca viu, nunca ouviu falar, nunca nada. Como assim? Mártir? Santo? Com todo respeito à família, é uma moda virar celebridade? Já viraram, se o jornal de hoje amanhã não embrulhasse banana na feira, garanto que em 30 anos lá onde moram ainda seriam conhecidos como a ´família do menino x´. Mas essa celebridade trágica e instantânea vai durar até a próxima hecatombe jornalística. Aliás, o carnaval já está aí pra fazer com que esse assunto deixe, com a santa paz de Deus, de ser comentado.
Sunday, February 11, 2007
Sexta fui meio de última num show do Brasov. Queria poder ser clever e escrever alguma coisa sem me levar a sério, senão eu mesmo vou rir da minha cara...
Acho best act. Música muito boa, eles são punk, muito punk. A música é folk do leste europeu e russa, mais parece visualmente uma banda de clube judeu que pirou e se apresenta até com roupa de gari. Já fui a vários shows deles. Tipo biscoito fino da cultura carioca? Eu sei que tenho ido a muitos encontros esses tempos e que um dia vão ser descritos como um momento absolutamente bacana. Tem um negócio muito peculiar por aqui. É ver e ouvir pra crer.
- e roubei o cartaz, e comprei o cd, e fiquei goiabando com o pessoal da banda depois do show. Ah, se o céu existe, é aqui e agora.
Saturday, February 03, 2007
Não tem vida após a morte, caráleo!!!!!!
Nada, nada, nada. Morreu, cabou. Zé-fini.
Quem inventou essa de céu? e inferno? Inferno então, acho que foi o auge da cafonice: pedras ardentes (e aí, vou ficar naquele calor todo? meu pé vai queimar no chão? eternamente? se for eternamente então, me explica direito aí, porque a dor como a gente conhece serve pra avisar que alguma coisa que pode nos tirar a vida nos tocou - se você, tecnicamente, já era mesmo, a dor não vai existir mais. E aí, o pé fica queimando até o que? Virar churrasco? Não tem conserto? Em 1 mês eu já tô em carne viva então! E aí, depois, game over? Ou será q EU tô ficando maluco?)
E céu!!!! OK, OK. Fui legal e morri e fui pro céu. São Pedro no Portão? Portão pressupõe muro, lugar dentro e lugar fora - ameaça. Quem mora no subúrbio do céu? O Cérbero vai me morder se eu resolver sair pra dar uma volta? E lá dentro, o que vai ter? Prazeres eternos? Prazeres? Prazeres nos levam pro inferno, então a gente vai ficar no sobe-e-desce? ai ai
A morte em si, deve ser muito gostosinha. Doer de dor não deve doer. Dor é na hora do parto, quebrar um osso, se ralar no asfalto (ai)
Morrer deve ser bem gostoso, ou, como na hora do fuque-fuque, petite-mort. Alguma inteligência muito grande, na falta de palavra que o definisse, pensou que a morte devia ser daquele jeito. E eu tenho a leve impressão de que sim, morrer não dói.
Depois acabou. Nada de espírito, fantasma, resgate, reencarnação. Nada.
Como a gente sempre foi aquilo, volta a ser o que sempre foi depois que páram as funções orgânicas do nosso personagem humano. Se aquilo que a gente é, e sempre foi, resolve, ou é resolvido, a mando daquilo outro, a ser outra coisa, que venhamos na forma de um avestruz, ou de um tigre. Queria voltar na terra, até que esse planetinha é bacana. Mas um bicho mais legal dessa vez. Queria ser um tubarão, ficar na fissura do mar uma viiiiida inteira. Podia também ser uma gaivota e morar numa cidade muito bonita, comer uns peixinhos, ver o pôr do sol de cima. Uma ave de rapina nos alpes suíços... aquela luz refletida na neve, nossa.
Queria ter um organismo igual ao de uma água-viva. Já pensou, que legal você olhar pro próprio umbigo e ver tudo ali, transparente, com aqueles fiozinhos azuis e vermelhos fazendo a sua circulação, e tal. Porque eu acho que água viva vive de things, né? plâncton. Imagina, que vida maravilhosa de esforço zero, você tá lá, existindo, e tal. Bateu uma fominha, é só abrir a boca! tchun, tudo que você precisa pra continuar existindo entra ali, na hora, fresquinho. É só ficar ligado na qualidade da água que você tá, e pronto! Vida ótima.
Meu macarrão tá pronto. Adieu!
Friday, January 26, 2007
Mas não dá pra passar sem dar uma olhadinha nos jornais. De leve, porque tudo me dá uma certa náusea, ainda mais gripado: mais gente morta num buraco em São Paulo (que diferença isso faz na minha vida que justifique essa lenga lenga no noticiário há semanas eu não sei), uma gente que levou tiro numa favela, mais tiros sei lá onde, hospitais fudidos. Morro de preguiça de me colocar à disposição do jornal pra que ele me alimente de novidades, porque não agüento essa fixação mórbida na dor e no fracasso que parece que assola os meios de comunicação.
Uma notícia, pelo menos, me fez cócegas na alma: Hugo Chávez, presidente de Venezuela, disse que vai convidar o embaixador americano a se retirar do país, porque ele tá começando a virar persona non grata! Isso é muuuuuuuuuuito bom! Disse que vai reconduzir a Venezuela ao socialismo, que vai estatizar a companhia telefônica, que curiosamente se chama Companhia Anônima Nacional de Telefonia da Venezuela (CANTV).
Acho ultra necessário um cara desses pra tocar o rebú no mundo. Isso mesmo, Chávez! em silêncio torço pela sua loucura, rezo pra sua esquizofrenia não te conduzir à forca que nem fizeram com o Saddam. Mas isso mesmo! Alguém tem que foder o juízo mundial, e ali, no epicentro das américas, do lado dos Estados Unidos, quebra tudo, expulsa o americano e de preferência bota ele pra correr pelado na fronteira!
Outro dia eu andei pensando como o mundo anda chato. Nada acontece que mereça nossa atenção. É sempre uma gente insignificante fazendo auê. Daí eu tava vendo o trilhardésimo programa no History Channel sobre o provável fim dos povos astecas e pensei... bem que podia haver um vazamento tóxico no oceano e lá no fundo, bem lá no fundo, uma raça de peixes se modificar geneticamente e criar asas, virar carnívora e sair da água pra atacar os humanos!
Aí sim, a gente ia ter com o que se coçar. Fora isso, bullocks...
Thursday, January 25, 2007
Juro que não queria pensar nessas coisas, queria ser um tigre, encurralar e desfiar um gostoso alce pro almoço e dormir o resto do dia sem esquentar com essas bibocas.
Mas putzgrila, tenho q cumprir meu papel humano e existir.
Wednesday, January 24, 2007
o mundo é melhor depois de gisele
Não sei se já é sintoma da minha iminente loucura, mas eu acho todo mundo tão bacana no estilo! Acaba que cada um faz o próprio, não? Passo o dia de olho nas pessoas à minha volta, na rua, no elevador, no restaurante, admirando cada assinatura própria no usar essas coisas tão comuns que a gente pega num cabide de loja. E tanta gente tem a mesma roupa, e todo mundo é tão diferente!
E a aparente uniformidade do pessoal féxion é exatamente porque eles são daquele mundo, e naturalmente todo mundo fala os mesmos códigos ali nas coxias, nos camarins. Naturalmente todo mundo ali é aquele freak. Na multidão da rua, eles se dissolvem e dão o astral tanto quanto a tiazinha gordinha que desceu pra dar um passeio de legging e camisetão, e por aí vai. São tão individuais quanto eu e você. Pode ser.
Talvez
Tuesday, January 23, 2007
Friday, January 19, 2007
Mas o melhor foi que ela me ensinou toda a jogada do nascimento das plantas, o grãozinho que cai na terra, que brota um negocinho e pá... dali a um tempinho nascem umas folhinhas e pá... enfim, quando eu aprendi sobre vegetables no colégio, na aula de ciências e depois , biologia (porque eu já era crescidinho e já manjava toda aquela conversa de elementos químicos, e tal e coisa) - bom, os feijõezinhos que brotavam ao acaso na jardineira embaixo do lugar onde minha avó ficava sentada no muro da varanda da casa na Penha, da bacia que ela religiosamente, sábado à tarde, separava naquelas tardes lindas com céu alaranjado, com tantas árvores imensas, eternas, em volta, ouvindo as cigarras cantarem... vão ser pra sempre minha referência pro mágico e sagrado mundo da vida das plantas.
Essa saudade toda me bateu fazendo compras no supermercado no final da tarde de hoje. :)
Tenho muita saudade de tudo da minha infância. Se bem que eu sou chegado numa saudade imediata de tudo e de todos os tempos, e de todo mundo, porque eu desconfio que tudo na vida passa.
Wednesday, January 10, 2007
ser e estar
John D. Rockefeller, Random Reminiscences of Men and Events
Desde sempre, nas minhas viagens existenciais, tive claro que nós não somos, no máximo, estamos alguma coisa.
Daí que uns 2 ou 3 anos atrás fiz um testezinho muito bacana, http://www.humanmetrics.com/cgi-win/JTypes1.htm, pra achar em qual dos 16 tipos de personalidade que Jung conseguiu organizar eu me encaixava. E vivi muito bem até sábado passado crendo piamente que eu era um raríssimo (1%, eu e jackie Kennedy, pra ser bem exato) INFP, ou seja, eu basicamente sonhava acordado, via qualidades humanas em coisas, animais e plantas; etc.
A ficha caiu me lembrando a diferença entre ser e estar quando, fazendo novamente o teste, vi que minha catiguria mudou pra ESTJ - eu persigo a ordem e a continuidade através da ortodoxia na observação e mesmo na quebra de regras, sou responsável e muito amável no trato social.
E vamos mudando. Há um ano mudei de emprego, fiz alguns ajustes na minha vida pessoal, mudei alguns personagens e móveis de lugar. As responsabilidades são outras, o ambiente de trabalho é outro. Nada mais natural que eu atestasse essa mudança também na matriz da loucura.
Assim sendo, fico muito contente de saber que eu já não sou mais um privilegiado sonhador, mas um líder absolutamente adequado à administração de conflitos. Ecow :
***
Fico um pouco preocupado e aborrecido com a pitoresca mania que alguns jornais online têm adotado de noticiar uma decisão judicial (porque ORA não se fala em arte, comida ou sexo, coisas gostosas da vida) e colocar um link para um dê a sua opinião pros leitores concordarem ou não com as decisões que muitas vezes não vão mudar picas na vida delas.
Fico aborrecido porque é bem triste que jornais como o Globo deixarem gente tão limitada abusar da nossa paciência com artigos mal informados e enquetes bizarros. Preocupado porque o excesso de relativização moral só pode levar à falta de parâmetros éticos, tirando a culpa do individual e jogando pro coletivo (todo mundo muito louco, tudo pode).
Da mesma maneira que a verdade do pudim é ser comido, a verdade de uma ordem judicial é ser cumprida. Não é pra saber se vai ser bom ou ruim - pra isso existem todos os infinitos recursos e biombos legais que podem ser usados em todo problema que se apresente à apreciação do judiciário. As ordens DEVEM SER CUMPRIDAS.
Não é o caso de um veículo de comunicação incitar a desordem civil na contramão da ordem democrática. A lei é o limite que liberta, ou algo assim.
Esses tempos o Youtube.com foi tirado do ar porque a Dani (ou a Cica, ou a modelete ex namorada do jogador de futebol, atual foda na praia mais voyeurizada do mundo) pediu em juízo que as imagens dela dando pro namorado na praia fossem tiradas do ar, custasse o que custasse.
Bom, longe de dizer se a decisão judicial foi bacana ou chata, o que salta aos olhos em primeiro lugar é a loucura do advogado que assinou esse requerimento, porque não tem como impedir o upload do video, se não for no Youtube vai ser no Pornotube, Sextube, Google, no inferno: vamos encarar, estamos vivendo um tempo em que qualquer um tira um celular do bolso e te filma beijando a boca do sapo naquela madrugada ingrata - e tudo pode ir parar na internet em um piscar de olhos. Sem tempo de saber de onde veio o golpe.
Nunca foi tão arriscado viver.
Depois, vemos a falta de noção desta mesma realidade incontornável da qual, ao que tudo indica, sua Excelência também desconhecia - tanto que determinou, ordem a ser cumprida sob pena de multa, que o site primeiro tirasse as imagens do ar, e depois, finalmente, tirar o próprio site do alcance dos internautas brasileiros.
É muita joselitagem junta, Cristo do céu. Quero descer!
Wednesday, January 03, 2007
Camille Flammarion,
Urânia
Há cerca de três milhões de anos, alguns macacos africanos que viviam nas árvores desceram para o chão. Não havia nada de especial nestes macacos. Seus cérebros eram pequenos e eles não eram especialmente inteligentes. Não tinham garras nem dentes afiados como armas. Não eram especialmente fortes ou rápidos. Certamente não estavam preparados para enfrentar um leopardo. Mas, como eram pequenos, começaram a andar a pé para poder ver acima da alta relva africana. Foi assim que começou. Apenas macacos comuns, olhando por cima da relva.
Michael Crichton - The Lost World
Tuesday, January 02, 2007
The frog hopped into the Princess' lap and said: "Elegant Lady, I was once a handsome Prince, until an evil witch cast a spell upon me."
"One kiss from you, however, and I will turn back into the handsome, young Prince that I am and then, my sweet, we can marry and set up a home in my castle with my mother, where you can prepare my meals, clean my clothes, take care of my children, and forever feel grateful and happy doing so."
That night, eating dessert after fried frog legs seasoned in a white wine and onion cream sauce, she laughed to herself and thought: ...I don't think so! ;)
Adapted from http://www.laurasmidiheaven.com/card/pages/modernfairytale.shtml
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