É do francês Henri-Pierre Jeudy o livro “O último cigarro”. Fala da viagem pessoal do autor sobre a já desgastada conversa sobre de parar ou não de fumar, seus significados, etc.
Eu acho um saco. Sou um fumante meia boca – ou seja, não macho suficiente pra largar de vez essa cousa fedorenta e sem sentido, nem também o suficiente pra me assumir enquanto tabagista. E daí.
Mas acho chato, por exemplo, não poder fumar num shopping center. Não sou comprador compulsivo (sou um comprador meia boca), o que quer dizer que eu faço o sacrifício de entrar num shopping center quando preciso comprar UMA calça, ou UMA camisa nova, ou um teclado novo pro computador, num domingo à tarde. Assim, ando pouco, encontro o que eu talvez esteja precisando, experimento, agradeço e vou tomar um capuccino. Dou mais uma volta, olho os similares, penso nos preços, e volto ou não à primeira escolha pra, feliz, se deicidir que sim, pagar pela minha compra e pedir pra guardarem pra mim, “só um segundo enquanto vou tomar um capuccino”, já que eu também não carrego bolsas. Dou mais uma volta, acabo comprando um CD ou um livro, e só quando já decidi ir embora volto pra buscar minha bagulhada. E se der vontade de fumar nesse meio tempo? Outro dia fui no Botafogo Praia Shopping, e descobri que a área de fumantes é um banquinho dentro do estacionamento. Uma pessoa como eu não fuma numa saúda fedida. Melhor não fumar, e assim não fumei.
Não pode mais fumar na sala de espera de aeroporto nenhum (como assim?), nem no Fórum, nem na maioria dos restaurantes, nem em nenhum desses kugares onde é um clássico o cigarrinho dando um clima noir à conversação, ou ao voyeurismo solitário. Que gente mais chata.
O mundo anda mesmo muito chato. Como se fossem durar pra sempre, com seus pulmões limpinhos, blergh.
Friday, March 30, 2007
Thursday, March 29, 2007
Hoje tomei um sacode inacreditável. Essas pessoas que cruzam nosso caminho, rápidas, mas dão um recado certeiro onde a gente tava precisando só de uma revelação (na verdade acho até que a gente já desconfia, na maioria das vezes. Salvo quando somos induzidos a erro, ou exercemos nossa humanidade). Lembro de vários toques que recebi ao longo do caminho. Na verdade, todos me chocaram na hora. Fiquei aborrecido, triste. Ferir a vaidade de alguém é algo quase imperdoável. Fiquei triste, mas lembro de ter dado um freio e uma correção de rota, algumas leves, outras nem tanto, e venho levando.
Não, ninguém morre disso e também não vale drama queen ehheheheheh
"In faith, I do not love thee with mine eyes, For they in thee a thousand errors note; But 'tis my heart that loves what they despise."
Não, ninguém morre disso e também não vale drama queen ehheheheheh
"In faith, I do not love thee with mine eyes, For they in thee a thousand errors note; But 'tis my heart that loves what they despise."
Saturday, March 24, 2007
Esse negócio de ficar mais velho, older and wiser, é mesmo muito gozado.
É uma vida atarefada, cada vez mais cara. É uma social complexa, essa dos 35 anos. A gente ainda tem uns amigos da fase naïf, mas já tem uns da fase 3 também. Os da fase 3 já te conheceram formado, morando sozinho,. Dono da própria vida. Esses conheceram pós-personagem já feito. Tem os de infância, dos quais a gente não tem como esconder NADA, eles sabem quem a gente é; os da facul – que são o da nossa fase u-hu, descobrimos o mundo e nos forjamos juntos. Eles conheceram brevemente aquele que fomos, puderam ter alguma intimidade extra porque também estavam na mesma fase, e viram quem somos nascer. E tem, os da fase job. Eles já te conheceram dando uma dura no mundo antes que o mundo nos dê uma. Ahahahah que vida gozada. Quero saber o que vem por aí, sempre. A próxima curva é sempre interessante.
Uma amiga minha que nasceu n primeiro dia de aula da UFRJ hoje me deu uma lição de finesse inesquecível. Quando eu ia liberar o meu lado negro, ou seja, falar da via íntima de alguém que temos em comum, ou seja, fofoca braba, (e nem tinha más intenções, foi um momento CARAS), ela deu um corte pra outro assunto. Ou seja, não se fala da vida alheira, CARALHO.
Liçãozinha óbvia demais, mas que às vezes se esquece. Quero ficar cada vez melhor, e falar menos de pessoas. Isso é Proust, eu acho. Ou Goethe. Na sala falava-se de idéias, na cozinha, de pessoas.
Bom final de semana!
É uma vida atarefada, cada vez mais cara. É uma social complexa, essa dos 35 anos. A gente ainda tem uns amigos da fase naïf, mas já tem uns da fase 3 também. Os da fase 3 já te conheceram formado, morando sozinho,. Dono da própria vida. Esses conheceram pós-personagem já feito. Tem os de infância, dos quais a gente não tem como esconder NADA, eles sabem quem a gente é; os da facul – que são o da nossa fase u-hu, descobrimos o mundo e nos forjamos juntos. Eles conheceram brevemente aquele que fomos, puderam ter alguma intimidade extra porque também estavam na mesma fase, e viram quem somos nascer. E tem, os da fase job. Eles já te conheceram dando uma dura no mundo antes que o mundo nos dê uma. Ahahahah que vida gozada. Quero saber o que vem por aí, sempre. A próxima curva é sempre interessante.
Uma amiga minha que nasceu n primeiro dia de aula da UFRJ hoje me deu uma lição de finesse inesquecível. Quando eu ia liberar o meu lado negro, ou seja, falar da via íntima de alguém que temos em comum, ou seja, fofoca braba, (e nem tinha más intenções, foi um momento CARAS), ela deu um corte pra outro assunto. Ou seja, não se fala da vida alheira, CARALHO.
Liçãozinha óbvia demais, mas que às vezes se esquece. Quero ficar cada vez melhor, e falar menos de pessoas. Isso é Proust, eu acho. Ou Goethe. Na sala falava-se de idéias, na cozinha, de pessoas.
Bom final de semana!
Thursday, March 15, 2007
Ontem estava eu voltando pra casa, sentado no último banco do ônibus, lendo Schopenhauer, bobo como sempre com a visão do Aterro do Flamengo, aquelas árvores todas cobrindo com um tapete verde minha serena volta pra casa, depois de um dia relativamente calmo numa semana nada fácil. Pensando nos meus probleminhas, minha gravura que ficou pronta na loja onde mandei colocar um frame (finalmente vai pra parede, depois de anos aguardando minha boa vontade dentro do tubo); a motoca que não ficou pronta ainda, falta peça, a estréia de Marie Antoinette sexta feira (com que roupa, qual sessão, quem vai comprar os ingressos com antecedência), meu celular novo que não chegou ainda - bah, que saco. Lendo, sorriso leve no rosto - afinal, fora essas bugigangas, nada a reclamar da vida.
Senta do meu lado um sujeito quase da minha idade, moreno, com a caixa de engraxate explanando a dureza da batalha dele. Um pouco sujo, bem magro, um pouco distraído, perguntando aleatoriamente se alguém queria uma engraxadinha. Lógico que eu cruzei a perna esquerda sobre a direita, ocupando o lugar do lado do meu exatamente pra não correr o risco dele sujar meu terno lindo com aquela problemática toda. Logo eu, todo todo com minha gravata de seda azul e meus probleminhas não tava podendo.
Me deu um pouco de vergonha interna porque... somos ambos homens da mesma idade, exatamente com a mesma sensação de perplexidade diante da loucura da vida. Imediatamente me senti tão igual que descruzei a perna e, claro, recusei a graxa. Mas por alguma razão ficou congestionado ali na altura do Santos Dumont e ambos reagimos igual, um tsk de canto de boca meio que desfazendo do trânsito, meio resmungando, meio querendo e não querendo saber a causa da lerdeza dos carros.
Ele sabia que aquele caminho era o expresso, e que, pelo outro caminho - por dentro, pela Praia do Flamengo - era mais devagar. Concordei, peguei um Halls de açaí e ofereci pro meu companheiro de viagem, já que estávamos tão ali, tão iguais, lógico que eu ofereci a mesma bala que peguei pra mim no bolso.
Pensei rápido, mas que saco esse tipo de coisa. Porque tão iguais e tão diferentes? Será que ele tava com fome? Será que ganhou um dinheirinho naquele dia? Será que tá indo pra casa, ou será que tá ainda na batalha?
Tive um impulso de tirar dez reais da carteira e dar pra ele, mas não, um homem que trabalha não aceita esmola. Então... se saltasse no mesmo ponto que eu, lá no início da praia, eu pudesse ir puxando um assunto e parasse pra tomar um açaí era a deixa pra oferecer um pra ele também. Será.
Um trajeto feito em cinco minutos não agüenta tanta dúvida. Chegou meu ponto e pedi licença pra descer. Dei meu sorriso, o de sempre, e nos despedimos. Pensei, bom - não dei dinheiro, nem um açaí, mas trouxe ele tão próximo de mim nessa despedida que talvez tenha valido alguma coisa, já que ele está acostumado a ser invisível para nós, pessoinhas integradas ao sistema com nossos pobreminhas, tão preocupadas com tanta coisa, sem tempo de olhar pro lado e ver que...
Bem, a noite caiu linda sobre a enseada de Botafogo, tomei vinho vendo aquele céu de milhares de cores da minha varanda, e meu celular novo chegou. Hoje acordei novamente dando graças a Deus, por tudo.
Senta do meu lado um sujeito quase da minha idade, moreno, com a caixa de engraxate explanando a dureza da batalha dele. Um pouco sujo, bem magro, um pouco distraído, perguntando aleatoriamente se alguém queria uma engraxadinha. Lógico que eu cruzei a perna esquerda sobre a direita, ocupando o lugar do lado do meu exatamente pra não correr o risco dele sujar meu terno lindo com aquela problemática toda. Logo eu, todo todo com minha gravata de seda azul e meus probleminhas não tava podendo.
Me deu um pouco de vergonha interna porque... somos ambos homens da mesma idade, exatamente com a mesma sensação de perplexidade diante da loucura da vida. Imediatamente me senti tão igual que descruzei a perna e, claro, recusei a graxa. Mas por alguma razão ficou congestionado ali na altura do Santos Dumont e ambos reagimos igual, um tsk de canto de boca meio que desfazendo do trânsito, meio resmungando, meio querendo e não querendo saber a causa da lerdeza dos carros.
Ele sabia que aquele caminho era o expresso, e que, pelo outro caminho - por dentro, pela Praia do Flamengo - era mais devagar. Concordei, peguei um Halls de açaí e ofereci pro meu companheiro de viagem, já que estávamos tão ali, tão iguais, lógico que eu ofereci a mesma bala que peguei pra mim no bolso.
Pensei rápido, mas que saco esse tipo de coisa. Porque tão iguais e tão diferentes? Será que ele tava com fome? Será que ganhou um dinheirinho naquele dia? Será que tá indo pra casa, ou será que tá ainda na batalha?
Tive um impulso de tirar dez reais da carteira e dar pra ele, mas não, um homem que trabalha não aceita esmola. Então... se saltasse no mesmo ponto que eu, lá no início da praia, eu pudesse ir puxando um assunto e parasse pra tomar um açaí era a deixa pra oferecer um pra ele também. Será.
Um trajeto feito em cinco minutos não agüenta tanta dúvida. Chegou meu ponto e pedi licença pra descer. Dei meu sorriso, o de sempre, e nos despedimos. Pensei, bom - não dei dinheiro, nem um açaí, mas trouxe ele tão próximo de mim nessa despedida que talvez tenha valido alguma coisa, já que ele está acostumado a ser invisível para nós, pessoinhas integradas ao sistema com nossos pobreminhas, tão preocupadas com tanta coisa, sem tempo de olhar pro lado e ver que...
Bem, a noite caiu linda sobre a enseada de Botafogo, tomei vinho vendo aquele céu de milhares de cores da minha varanda, e meu celular novo chegou. Hoje acordei novamente dando graças a Deus, por tudo.
Saturday, March 10, 2007
At one point, the president’s limousine had only a few feet separating it on either side from the cement-walled, tin-roofed huts lining a road on the motorcade route. Bare-chested children and their parents gathered in doorways, on roofs and in windows as he passed, watched warily by Brazilian troops carrying submachine guns. (NY Times)
Esse foi o tom do que se disse da visita do George Bush semana passada.
Eu lembro da Laura Bush no tempo do Texas, ela era mais relaxada e usava roupas de algodão, lady who luches. Primeira dama me parece assustada, tensa. Roupa sempre um pouco brilhante mesmo de dia, apertada, rígida. De todas as loucuras humanas, acho que a política deve ser a mais perniciosa: não tem como, num humano saudável, aquela percepção torta do mundo funcionar. Poder, poder, poder. Poder de que, pra quê? Não ajoelho na frente de quem eu não quero. Essa seria uma prova de submissão que eu tolero como expressão de respeito.
No mais, é um emprego de gestor da coisa pública, coisa absolutamente maçante e ingrata. Porque entrar nessa voluntariamente é a minha questão. Não é pelo dinheiro, o dinheiro é um produto físico da coisa toda. É a adulação permanente, os outro seres humanos postos ali, à disposição, seus inúmeros yes-man, e por aí vai.
Esse foi o tom do que se disse da visita do George Bush semana passada.
Eu lembro da Laura Bush no tempo do Texas, ela era mais relaxada e usava roupas de algodão, lady who luches. Primeira dama me parece assustada, tensa. Roupa sempre um pouco brilhante mesmo de dia, apertada, rígida. De todas as loucuras humanas, acho que a política deve ser a mais perniciosa: não tem como, num humano saudável, aquela percepção torta do mundo funcionar. Poder, poder, poder. Poder de que, pra quê? Não ajoelho na frente de quem eu não quero. Essa seria uma prova de submissão que eu tolero como expressão de respeito.
No mais, é um emprego de gestor da coisa pública, coisa absolutamente maçante e ingrata. Porque entrar nessa voluntariamente é a minha questão. Não é pelo dinheiro, o dinheiro é um produto físico da coisa toda. É a adulação permanente, os outro seres humanos postos ali, à disposição, seus inúmeros yes-man, e por aí vai.
Monday, March 05, 2007
Oh, céus, tenho problemas. Quebrei meus óculos escuros outro dia. Tipo espatifou, sem chance de retorno sem parecer um Frankenstein. Mas que droga.
E agora? Onde vou encontrar alguma coisa:
1 - nada barata, mas não cara demais,
2 - bonita, mas não causa suspensão dos demais sentidos fora o da visão,
3 - inesquecível e imediatamente esquecível,
4 - design limpo, lentes de boa qualidade, escuras mas nem tanto. Pode ser cinza azulado.
5 - SEM O LOGOTIPO OU NOME DA MARCA!!!!!!!!! PELAMORDEDEUSS!!!!!!!!
6 - muito elegante mas não assustador,
Mais ou menos quando compro uma camisa nova, que pra batizar eu uso com um sapato ou um tênis bem velho pra acalmar a vista de quem olha, acho que um acessório tão usado quanto óculos escuros têm que ser muito bem escolhidos, porque o critério é o mesmo pra tudo. Nada de usar um conceito ultra ultra no rosto, os olhos têm que estar protegidos do sol, e é isso. Só isso. Economia. Preguiça.
E agora? Onde vou encontrar alguma coisa:
1 - nada barata, mas não cara demais,
2 - bonita, mas não causa suspensão dos demais sentidos fora o da visão,
3 - inesquecível e imediatamente esquecível,
4 - design limpo, lentes de boa qualidade, escuras mas nem tanto. Pode ser cinza azulado.
5 - SEM O LOGOTIPO OU NOME DA MARCA!!!!!!!!! PELAMORDEDEUSS!!!!!!!!
6 - muito elegante mas não assustador,
Mais ou menos quando compro uma camisa nova, que pra batizar eu uso com um sapato ou um tênis bem velho pra acalmar a vista de quem olha, acho que um acessório tão usado quanto óculos escuros têm que ser muito bem escolhidos, porque o critério é o mesmo pra tudo. Nada de usar um conceito ultra ultra no rosto, os olhos têm que estar protegidos do sol, e é isso. Só isso. Economia. Preguiça.
Sunday, March 04, 2007
Se as madames feministas quisessem algum impacto no nticiário, em 2007, podia ser uma petição coletiva mundial pela extinção do dia internacional da mulher. Ia ser um baita alívio na loucura coletiva de março, poupar a gente desse monte de debate que repetida e empoeiramente ocupam nossa vista nesses dias.
Se tivessem aliás, tido noção de símbolos, teriam deixado as mulheres em casa, permitindo que saísse para o papel essencialmente masculino de matar um leão por dia para as que assim o desejassem, e não subtitular as que preferem ficar em casa de antiquadas, e que muderno é mulher que trabalha, é dona de uma carreira, escreve livros, cria filhos, têm receitas de arroz excelentes e ainda por cima, são bonitas (morro de preguiça).
Falem bobagens, tomem chá, façam o dever de casa com as crianças, vão fazer umas compras, ao cabelereiro e peguem o jardineiro. Sejam normais como nossas bisavós o foram. E felizes.
Se tivessem aliás, tido noção de símbolos, teriam deixado as mulheres em casa, permitindo que saísse para o papel essencialmente masculino de matar um leão por dia para as que assim o desejassem, e não subtitular as que preferem ficar em casa de antiquadas, e que muderno é mulher que trabalha, é dona de uma carreira, escreve livros, cria filhos, têm receitas de arroz excelentes e ainda por cima, são bonitas (morro de preguiça).
Falem bobagens, tomem chá, façam o dever de casa com as crianças, vão fazer umas compras, ao cabelereiro e peguem o jardineiro. Sejam normais como nossas bisavós o foram. E felizes.
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