Oh, céus. Há um pouco de preguiça de escrever. Há um verão indo embora, uma praia gostosa e preguiçosa me tentando logo ali e...
Primeiro domingo da quaresma, fui à missa das 7 e logo no começo, o último (?) bloco de carnaval deu um tom engraçado quando passou na porta da Igreja de Santo Inácio. Engraçado porque se fingiu que nada estava acontecendo, mas não dava pra ouvir o que o padre Paulo falava. Mas foi uma missa ótima, naturalmente, e lá vamos nós pros 40 dias de roxo até a Páscoa.
Tive um carnaval bem agradável, considerando o feriado de 4 dias e meio. Fiz tudo errado, claro. Não fui a nenhum bloco, não vi nada a respeito das escolas de samba (mentira: vi uns carros alegóricos estacionados na Presidente Vargas no domingo, a caminho da casa dos meus pais). Realmente foi o carnaval do I´d rather not. E muito bom. Baile do champanhe pra fechar a folia na casa do Pablo, atual casa do Pablo e Aline, visto que meus amigos oficializaram o junte-se (ê!).
E já começou a quaresma e eu simplesmente não sei o que fazer pra penitência. Ando muito apegado aos meus pecados e prazeres carnais, esse ano tá difícil abrir mão de alguma coisa. Mas vou tentar... taurinamente, vou demorar um pouco a decidir. ehhehe
Sunday, February 25, 2007
Friday, February 16, 2007
Tem mais ou menos uma semana que um assalto terminou com uma criança morta porque ficou presa no cinto de segurança, os assaltantes simplesmente não deram a menor bola e seguiram com o menino pendurado do lado de fora do carro, por 4 quilômetros. Uma barbárie, lembro que eu estava trabalhando quando parei pra respirar e dar uma olhada num site qualquer de notícias e fiquei atordoado. Que dor, meu Deus, que dor deve ter sentido esse coitado, que dor vai acompanhar essa família pra sempre.
Mas acho que nem tanto. Passou uma semana, o negócio tomou uma proporção bíblica na imprensa (todo o resto de notícias já estava com gosto de ruminada, devem tem respirado aliviados em muitas redações por aí). Uma catarse coletiva, como tudo, claro.
O menino tem nome e sobrenome, que não lembro realmente graças à minha fabulosa memória de peixe. Esse nome e sobrenome virou um mantra nacional. Ainda temos que agüentar a locução "o menino fulano". O menino! Será o menino Jesus?
Não tinha parado pra pensar nisso, um inconsciente coletivo está comparando esse sofrimento todo com o de Jesus de Nazaré.
Missa de sétimo dia, Igreja da Candelária. Milhares de pessoas. Camisetas com foto do menino (não o Jesus, o do assalto).
Queria saber se eu sou um animal insensível ou se realmente essa histeria coletiva se justifica. O crime foi um horror, etc etc etc. mas me parece que essa família não tem a menor noção de coisa alguma.
Pra que viver o luto em público? E o senso de integridade? E a filha que sobreviveu? Que gente desesperada é essa que vai chorar em missa de sétimo dia de uma pessoa que nunca viu, nunca ouviu falar, nunca nada. Como assim? Mártir? Santo? Com todo respeito à família, é uma moda virar celebridade? Já viraram, se o jornal de hoje amanhã não embrulhasse banana na feira, garanto que em 30 anos lá onde moram ainda seriam conhecidos como a ´família do menino x´. Mas essa celebridade trágica e instantânea vai durar até a próxima hecatombe jornalística. Aliás, o carnaval já está aí pra fazer com que esse assunto deixe, com a santa paz de Deus, de ser comentado.
Mas acho que nem tanto. Passou uma semana, o negócio tomou uma proporção bíblica na imprensa (todo o resto de notícias já estava com gosto de ruminada, devem tem respirado aliviados em muitas redações por aí). Uma catarse coletiva, como tudo, claro.
O menino tem nome e sobrenome, que não lembro realmente graças à minha fabulosa memória de peixe. Esse nome e sobrenome virou um mantra nacional. Ainda temos que agüentar a locução "o menino fulano". O menino! Será o menino Jesus?
Não tinha parado pra pensar nisso, um inconsciente coletivo está comparando esse sofrimento todo com o de Jesus de Nazaré.
Missa de sétimo dia, Igreja da Candelária. Milhares de pessoas. Camisetas com foto do menino (não o Jesus, o do assalto).
Queria saber se eu sou um animal insensível ou se realmente essa histeria coletiva se justifica. O crime foi um horror, etc etc etc. mas me parece que essa família não tem a menor noção de coisa alguma.
Pra que viver o luto em público? E o senso de integridade? E a filha que sobreviveu? Que gente desesperada é essa que vai chorar em missa de sétimo dia de uma pessoa que nunca viu, nunca ouviu falar, nunca nada. Como assim? Mártir? Santo? Com todo respeito à família, é uma moda virar celebridade? Já viraram, se o jornal de hoje amanhã não embrulhasse banana na feira, garanto que em 30 anos lá onde moram ainda seriam conhecidos como a ´família do menino x´. Mas essa celebridade trágica e instantânea vai durar até a próxima hecatombe jornalística. Aliás, o carnaval já está aí pra fazer com que esse assunto deixe, com a santa paz de Deus, de ser comentado.
Sunday, February 11, 2007
Fim de semana absolutamente perfeito. Praia, sol, céu, mar, lagoa, ah.
Sexta fui meio de última num show do Brasov. Queria poder ser clever e escrever alguma coisa sem me levar a sério, senão eu mesmo vou rir da minha cara...
Acho best act. Música muito boa, eles são punk, muito punk. A música é folk do leste europeu e russa, mais parece visualmente uma banda de clube judeu que pirou e se apresenta até com roupa de gari. Já fui a vários shows deles. Tipo biscoito fino da cultura carioca? Eu sei que tenho ido a muitos encontros esses tempos e que um dia vão ser descritos como um momento absolutamente bacana. Tem um negócio muito peculiar por aqui. É ver e ouvir pra crer.
- e roubei o cartaz, e comprei o cd, e fiquei goiabando com o pessoal da banda depois do show. Ah, se o céu existe, é aqui e agora.
Sexta fui meio de última num show do Brasov. Queria poder ser clever e escrever alguma coisa sem me levar a sério, senão eu mesmo vou rir da minha cara...
Acho best act. Música muito boa, eles são punk, muito punk. A música é folk do leste europeu e russa, mais parece visualmente uma banda de clube judeu que pirou e se apresenta até com roupa de gari. Já fui a vários shows deles. Tipo biscoito fino da cultura carioca? Eu sei que tenho ido a muitos encontros esses tempos e que um dia vão ser descritos como um momento absolutamente bacana. Tem um negócio muito peculiar por aqui. É ver e ouvir pra crer.
- e roubei o cartaz, e comprei o cd, e fiquei goiabando com o pessoal da banda depois do show. Ah, se o céu existe, é aqui e agora.
Saturday, February 03, 2007
Olha só que coisa, sou realmente muito boçal. Fazendo um macarrãozinho pré-praia sábado e resolvo acabar de vez com o ministério da vida após a morte. Esqueçam a batalha, religiões do mundo, vou esclarecer tudo isso de vez JÁ.
Não tem vida após a morte, caráleo!!!!!!
Nada, nada, nada. Morreu, cabou. Zé-fini.
Quem inventou essa de céu? e inferno? Inferno então, acho que foi o auge da cafonice: pedras ardentes (e aí, vou ficar naquele calor todo? meu pé vai queimar no chão? eternamente? se for eternamente então, me explica direito aí, porque a dor como a gente conhece serve pra avisar que alguma coisa que pode nos tirar a vida nos tocou - se você, tecnicamente, já era mesmo, a dor não vai existir mais. E aí, o pé fica queimando até o que? Virar churrasco? Não tem conserto? Em 1 mês eu já tô em carne viva então! E aí, depois, game over? Ou será q EU tô ficando maluco?)
E céu!!!! OK, OK. Fui legal e morri e fui pro céu. São Pedro no Portão? Portão pressupõe muro, lugar dentro e lugar fora - ameaça. Quem mora no subúrbio do céu? O Cérbero vai me morder se eu resolver sair pra dar uma volta? E lá dentro, o que vai ter? Prazeres eternos? Prazeres? Prazeres nos levam pro inferno, então a gente vai ficar no sobe-e-desce? ai ai
A morte em si, deve ser muito gostosinha. Doer de dor não deve doer. Dor é na hora do parto, quebrar um osso, se ralar no asfalto (ai)
Morrer deve ser bem gostoso, ou, como na hora do fuque-fuque, petite-mort. Alguma inteligência muito grande, na falta de palavra que o definisse, pensou que a morte devia ser daquele jeito. E eu tenho a leve impressão de que sim, morrer não dói.
Depois acabou. Nada de espírito, fantasma, resgate, reencarnação. Nada.
Como a gente sempre foi aquilo, volta a ser o que sempre foi depois que páram as funções orgânicas do nosso personagem humano. Se aquilo que a gente é, e sempre foi, resolve, ou é resolvido, a mando daquilo outro, a ser outra coisa, que venhamos na forma de um avestruz, ou de um tigre. Queria voltar na terra, até que esse planetinha é bacana. Mas um bicho mais legal dessa vez. Queria ser um tubarão, ficar na fissura do mar uma viiiiida inteira. Podia também ser uma gaivota e morar numa cidade muito bonita, comer uns peixinhos, ver o pôr do sol de cima. Uma ave de rapina nos alpes suíços... aquela luz refletida na neve, nossa.
Queria ter um organismo igual ao de uma água-viva. Já pensou, que legal você olhar pro próprio umbigo e ver tudo ali, transparente, com aqueles fiozinhos azuis e vermelhos fazendo a sua circulação, e tal. Porque eu acho que água viva vive de things, né? plâncton. Imagina, que vida maravilhosa de esforço zero, você tá lá, existindo, e tal. Bateu uma fominha, é só abrir a boca! tchun, tudo que você precisa pra continuar existindo entra ali, na hora, fresquinho. É só ficar ligado na qualidade da água que você tá, e pronto! Vida ótima.
Meu macarrão tá pronto. Adieu!
Não tem vida após a morte, caráleo!!!!!!
Nada, nada, nada. Morreu, cabou. Zé-fini.
Quem inventou essa de céu? e inferno? Inferno então, acho que foi o auge da cafonice: pedras ardentes (e aí, vou ficar naquele calor todo? meu pé vai queimar no chão? eternamente? se for eternamente então, me explica direito aí, porque a dor como a gente conhece serve pra avisar que alguma coisa que pode nos tirar a vida nos tocou - se você, tecnicamente, já era mesmo, a dor não vai existir mais. E aí, o pé fica queimando até o que? Virar churrasco? Não tem conserto? Em 1 mês eu já tô em carne viva então! E aí, depois, game over? Ou será q EU tô ficando maluco?)
E céu!!!! OK, OK. Fui legal e morri e fui pro céu. São Pedro no Portão? Portão pressupõe muro, lugar dentro e lugar fora - ameaça. Quem mora no subúrbio do céu? O Cérbero vai me morder se eu resolver sair pra dar uma volta? E lá dentro, o que vai ter? Prazeres eternos? Prazeres? Prazeres nos levam pro inferno, então a gente vai ficar no sobe-e-desce? ai ai
A morte em si, deve ser muito gostosinha. Doer de dor não deve doer. Dor é na hora do parto, quebrar um osso, se ralar no asfalto (ai)
Morrer deve ser bem gostoso, ou, como na hora do fuque-fuque, petite-mort. Alguma inteligência muito grande, na falta de palavra que o definisse, pensou que a morte devia ser daquele jeito. E eu tenho a leve impressão de que sim, morrer não dói.
Depois acabou. Nada de espírito, fantasma, resgate, reencarnação. Nada.
Como a gente sempre foi aquilo, volta a ser o que sempre foi depois que páram as funções orgânicas do nosso personagem humano. Se aquilo que a gente é, e sempre foi, resolve, ou é resolvido, a mando daquilo outro, a ser outra coisa, que venhamos na forma de um avestruz, ou de um tigre. Queria voltar na terra, até que esse planetinha é bacana. Mas um bicho mais legal dessa vez. Queria ser um tubarão, ficar na fissura do mar uma viiiiida inteira. Podia também ser uma gaivota e morar numa cidade muito bonita, comer uns peixinhos, ver o pôr do sol de cima. Uma ave de rapina nos alpes suíços... aquela luz refletida na neve, nossa.
Queria ter um organismo igual ao de uma água-viva. Já pensou, que legal você olhar pro próprio umbigo e ver tudo ali, transparente, com aqueles fiozinhos azuis e vermelhos fazendo a sua circulação, e tal. Porque eu acho que água viva vive de things, né? plâncton. Imagina, que vida maravilhosa de esforço zero, você tá lá, existindo, e tal. Bateu uma fominha, é só abrir a boca! tchun, tudo que você precisa pra continuar existindo entra ali, na hora, fresquinho. É só ficar ligado na qualidade da água que você tá, e pronto! Vida ótima.
Meu macarrão tá pronto. Adieu!
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